Percepção Musical - Como reconhecer as seções de uma música? Eleanor Rigby dos Beatles
postado por Carlos A Correia em 1/03/2017
Como reconhecer as seções de uma música?
Qual a importância tanto para o compositor quanto para o músico instrumentista?
Uma das capacidades mais importantes que um músico, novato ou não, é reconhecer apenas ouvindo a música onde cada seção começa e termina, mesmo não sabendo qual seria o nome daquela seção, ou mesmo da forma que a música está organizada.
Quando você consegue reconhecer tais seções, ou blocos sonoros, você consegue entender muito melhor como a música está dividida.
É como você chegar em uma casa nova e não saber exatamente onde ficam os quartos, os banheiros, a cozinha, ou qualquer cômodo.
Você se sente perdido, não?!
Até você percorrer toda a casa e, de certa forma, decorar onde cada cômodo fica, você se sentirá como se a casa ainda não fizesse parte de você, ou seja, você ainda não estaria totalmente confortável em estar ali e usufruir dela.
Com a música acontece o mesmo: quanto mais complexa ou maior (em tamanho) ela for, mais será formada por blocos sonoros, por seções distintas.
E nós temos esse desejo de querer entender a música que estamos ouvindo, principalmente se é uma das nossas músicas favoritas.
E então, você sabe reconhecer a estrutura de uma música? A forma que ela está organizada?
Sabe a importância em se reconhecer a estrutura e saber definir suas seções musicais?
Independente se você é um compositor, um instrumentista, ou um apreciador de música.
Por isso, fiz esse vídeo para você entender melhor e começar a reconhecer as seções musicais das músicas.
Nesse vídeo faremos uma análise estrutural da música Eleanor Rigby dos Beatles.
Procure na internet e tente reconhecer os blocos dessa música antes de ver todo o vídeo. Será um bom exercício para você.
E depois, não deixe de comentar e de se inscrever no meu canal!!!!
Nesse momento, não estou interessado em dar os nomes aos blocos sonoros, mas sim reconhecer os blocos, as seções e ver quando eles se repetem, ou quando eles se modificam e como o intérprete encara cada seção.
Resumidamente, é um trecho da música com início e fim bem definidos, passando uma ideia completa.
Pode ser composta por uma ou mais frases musicais, interligadas.
Geralmente, o fim de um bloco é como um ponto em um texto literário. Servindo para começar uma nova ideia.
A soma das seções musicais forma toda a estrutura da música.
Por exemplo, uma música com a forma A-B-A-C-A inicia-se com a seção A, depois a seção B, repete-se a seção A, em seguida a C, e por fim novamente a seção A é tocada.
Podemos definir seções como sendo os temas musicais, mas também as ligações entre os temas (como as pontes, as transições, as partes de um desenvolvimento, e muito mais).
O que define uma seção é justamente aquela definição que coloquei no início desta seção (sem trocadilhos... rs): é um trecho da música com início e fim bem definidos, passando uma ideia completa.
Qual a Importância de Reconhecer uma Seção do Ponto de Vista do Instrumentista ou Cantor?
Faz toda a diferença quando quem vai reproduzir uma música saber reconhecer as seções das músicas.
Cada seção tem a sua identidade por si só!
E por isso, o instrumentista/cantor precisa tratar aquela seção como algo único, importante, com personalidade própria, tal como cada indivíduo é diferente e único.
No exemplo do vídeo, vemos o Paul McCartney usando técnicas de vozes diferentes em cada seção.
Cada interpretação que ele dá é específica em cada seção.
Também podemos reparar na mudança dos instrumentos, suas variações e modificações.
Pode ser um tratamento timbrístico (de timbre), de textura, dobramento, variações, dinâmicas, andamentos...
Cada seção deve ser tratada como única!
Isso traz uma riqueza maior para a música e o ouvinte percebe isso, tornando sua interpretação muito mais coerente e agradável!!!
Comece a reparar nisso e verás o quanto isso é levado a sério pelos melhores.
Por isso, trate cada seção como ela deve ser tratada.
Um dos maiores erros dos intérpretes é tocar toda a música no mesmo andamento, seguindo rigorosamente o metrônomo, acreditando que é isso que o torna um músico excepcional.
Ledo engano...
Pegue um texto literário e fale em voz alta sempre na mesma velocidade, sem pausas, sem ênfases, e saberás do que estou falando.
Por isso, quer se destacar?
Comece percebendo as seções das músicas e as faça ser ouvidas, sentidas, compreendidas!
Como já dito, a música é feita pela soma das seções.
E cada seção tem que se ligar na outra de forma coerente, sem que fique desconexa.
E como seria ficar desconexa, você poderia estar se perguntando?
Vou recorrer novamente a exemplos.
Imagine que você combine de ir a uma pousada no interior de seu estado, um spa, por exemplo, onde sua intenção é passar alguns dias na tranquilidade e na paz de uma cidade do interior.
Chegando lá você fica maravilhado com o que encontra, com os serviços que são oferecidos.
Mas, de repente, ao passear pela pousada você encontra uma sala de música eletrônica, com um som bem alto.
Ou, para fugir de exemplo musical, antes de você achar que estou dizendo que música eletrônica não combinaria com cidade de interior, você encontra uma sala de televisão passando o pregão da bolsa de valores 24 horas por dia (para isso acontecer, é preciso que a transmissão seja de vários países ao redor do mundo)!
Ora, além de não ter nada a ver com o local, esse cômodo não presta o serviço de afastar você da cidade grande, da vida agitada...
Mas, para firmarmos o que seria conexo ou desconexo, leia o parágrafo abaixo:
Tenho certeza que você compreendeu, não?!
O texto nos leva para uma direção que alguém comenta sobre tecnologias e que isso é bom para as pessoas.
Mas, em seguida, o texto fala de um amor individual, entre duas pessoas.
Acredito que cada parte tem sua importância e sua "beleza". Mas a junção das duas não soa coerente. Não do modo apresentado acima.
O compositor precisa entender isso.
O compositor precisa saber a direção que sua música vai.
E, o mais importante, não é deixar ser dominado pela sua própria composição, mas sim dominar e levar a sua música na direção que ele, o compositor, deseja.
E como a música é formada por esses blocos, o compositor precisa saber criar cada bloco como sendo único, como querendo passar uma ideia, e ao mesmo tempo ter uma ligação coerente com o anterior e levar para o próximo bloco de maneira correta.
É fácil?
Certamente não. Mas tudo é questão de treino, e de saber lidar com as técnicas.
Mas, antes de tudo, escutar muito tentando analisar outras músicas!
Veja o que falo sobre a Importância da Análise Musical nesse artigo.
Por isso, a composição é pensada em construção de blocos.
E não estou falando de letra. Estou falando da música em si.
A letra modificada, em uma outra estrofe, não implica em dizermos que temos outro bloco, outra seção. O que importa é a melodia e a harmonia, que juntas se organizam para formar um determinado bloco, mesmo que a letra seja diferente.
No nosso vídeo, as duas partes abaixo fazem parte do mesmo bloco. Isto é, o bloco é repetido, porém com outra letra:
"Eleanor Rigby
Picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window
Wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?"
No one comes near
Look at him working
Darning his socks in the night when there's nobody there
Qual a importância tanto para o compositor quanto para o músico instrumentista?
A Importância de Perceber uma Seção Musical
Uma das capacidades mais importantes que um músico, novato ou não, é reconhecer apenas ouvindo a música onde cada seção começa e termina, mesmo não sabendo qual seria o nome daquela seção, ou mesmo da forma que a música está organizada.
Quando você consegue reconhecer tais seções, ou blocos sonoros, você consegue entender muito melhor como a música está dividida.
É como você chegar em uma casa nova e não saber exatamente onde ficam os quartos, os banheiros, a cozinha, ou qualquer cômodo.
Você se sente perdido, não?!
Até você percorrer toda a casa e, de certa forma, decorar onde cada cômodo fica, você se sentirá como se a casa ainda não fizesse parte de você, ou seja, você ainda não estaria totalmente confortável em estar ali e usufruir dela.
Com a música acontece o mesmo: quanto mais complexa ou maior (em tamanho) ela for, mais será formada por blocos sonoros, por seções distintas.
E nós temos esse desejo de querer entender a música que estamos ouvindo, principalmente se é uma das nossas músicas favoritas.
E então, você sabe reconhecer a estrutura de uma música? A forma que ela está organizada?
Sabe a importância em se reconhecer a estrutura e saber definir suas seções musicais?
Independente se você é um compositor, um instrumentista, ou um apreciador de música.
Por isso, fiz esse vídeo para você entender melhor e começar a reconhecer as seções musicais das músicas.
Nesse vídeo faremos uma análise estrutural da música Eleanor Rigby dos Beatles.
Procure na internet e tente reconhecer os blocos dessa música antes de ver todo o vídeo. Será um bom exercício para você.
E depois, não deixe de comentar e de se inscrever no meu canal!!!!
Divirta-se.
O que é uma seção musical?
Resumidamente, é um trecho da música com início e fim bem definidos, passando uma ideia completa.
Pode ser composta por uma ou mais frases musicais, interligadas.
Geralmente, o fim de um bloco é como um ponto em um texto literário. Servindo para começar uma nova ideia.
A soma das seções musicais forma toda a estrutura da música.
Por exemplo, uma música com a forma A-B-A-C-A inicia-se com a seção A, depois a seção B, repete-se a seção A, em seguida a C, e por fim novamente a seção A é tocada.
Podemos definir seções como sendo os temas musicais, mas também as ligações entre os temas (como as pontes, as transições, as partes de um desenvolvimento, e muito mais).
O que define uma seção é justamente aquela definição que coloquei no início desta seção (sem trocadilhos... rs): é um trecho da música com início e fim bem definidos, passando uma ideia completa.
Qual a Importância de Reconhecer uma Seção do Ponto de Vista do Instrumentista ou Cantor?
Faz toda a diferença quando quem vai reproduzir uma música saber reconhecer as seções das músicas.
Cada seção tem a sua identidade por si só!
E por isso, o instrumentista/cantor precisa tratar aquela seção como algo único, importante, com personalidade própria, tal como cada indivíduo é diferente e único.
No exemplo do vídeo, vemos o Paul McCartney usando técnicas de vozes diferentes em cada seção.
Cada interpretação que ele dá é específica em cada seção.
Também podemos reparar na mudança dos instrumentos, suas variações e modificações.
Pode ser um tratamento timbrístico (de timbre), de textura, dobramento, variações, dinâmicas, andamentos...
Cada seção deve ser tratada como única!
Isso traz uma riqueza maior para a música e o ouvinte percebe isso, tornando sua interpretação muito mais coerente e agradável!!!
É isso que diferencia os amadores dos PROFISSIONAIS!!!!!!!
Comece a reparar nisso e verás o quanto isso é levado a sério pelos melhores.
Por isso, trate cada seção como ela deve ser tratada.
Um dos maiores erros dos intérpretes é tocar toda a música no mesmo andamento, seguindo rigorosamente o metrônomo, acreditando que é isso que o torna um músico excepcional.
Ledo engano...
Pegue um texto literário e fale em voz alta sempre na mesma velocidade, sem pausas, sem ênfases, e saberás do que estou falando.
Por isso, quer se destacar?
Comece percebendo as seções das músicas e as faça ser ouvidas, sentidas, compreendidas!
Qual a Importância para o Compositor?
Como já dito, a música é feita pela soma das seções.
E cada seção tem que se ligar na outra de forma coerente, sem que fique desconexa.
E como seria ficar desconexa, você poderia estar se perguntando?
Vou recorrer novamente a exemplos.
Imagine que você combine de ir a uma pousada no interior de seu estado, um spa, por exemplo, onde sua intenção é passar alguns dias na tranquilidade e na paz de uma cidade do interior.
Chegando lá você fica maravilhado com o que encontra, com os serviços que são oferecidos.
Mas, de repente, ao passear pela pousada você encontra uma sala de música eletrônica, com um som bem alto.
Ou, para fugir de exemplo musical, antes de você achar que estou dizendo que música eletrônica não combinaria com cidade de interior, você encontra uma sala de televisão passando o pregão da bolsa de valores 24 horas por dia (para isso acontecer, é preciso que a transmissão seja de vários países ao redor do mundo)!
Ora, além de não ter nada a ver com o local, esse cômodo não presta o serviço de afastar você da cidade grande, da vida agitada...
Mas, para firmarmos o que seria conexo ou desconexo, leia o parágrafo abaixo:
"Sim. Disse ele. Estou aqui para fazer você compreender melhor como a tecnologia tem ajudado muitos a sobreviverem. É claro que meu amor é todo por você. Sei disso."
Tenho certeza que você compreendeu, não?!
O texto nos leva para uma direção que alguém comenta sobre tecnologias e que isso é bom para as pessoas.
Mas, em seguida, o texto fala de um amor individual, entre duas pessoas.
Acredito que cada parte tem sua importância e sua "beleza". Mas a junção das duas não soa coerente. Não do modo apresentado acima.
O compositor precisa entender isso.
O compositor precisa saber a direção que sua música vai.
E, o mais importante, não é deixar ser dominado pela sua própria composição, mas sim dominar e levar a sua música na direção que ele, o compositor, deseja.
E como a música é formada por esses blocos, o compositor precisa saber criar cada bloco como sendo único, como querendo passar uma ideia, e ao mesmo tempo ter uma ligação coerente com o anterior e levar para o próximo bloco de maneira correta.
É fácil?
Certamente não. Mas tudo é questão de treino, e de saber lidar com as técnicas.
Mas, antes de tudo, escutar muito tentando analisar outras músicas!
Veja o que falo sobre a Importância da Análise Musical nesse artigo.
Por isso, a composição é pensada em construção de blocos.
E não estou falando de letra. Estou falando da música em si.
A letra modificada, em uma outra estrofe, não implica em dizermos que temos outro bloco, outra seção. O que importa é a melodia e a harmonia, que juntas se organizam para formar um determinado bloco, mesmo que a letra seja diferente.
No nosso vídeo, as duas partes abaixo fazem parte do mesmo bloco. Isto é, o bloco é repetido, porém com outra letra:
"Eleanor Rigby
Picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window
Wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?"
"Father McKenzie
Writing the words of a sermon that no one will hearNo one comes near
Look at him working
Darning his socks in the night when there's nobody there
What does he care?"
Ainda poderíamos subdividir as duas estrofes acima:
- Eleanor Rigby
Picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream
- Waits at the window
Wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?"
No one comes near
- Look at him working
Darning his socks in the night when there's nobody there
E depois subdividi-las ainda mais... Dependendo dos nossos objetivos.
Todas as partes acima tem a mesma estrutura, a mesma composição, independentemente da letra estar diferente.
Mas a parte abaixo já é outro bloco, outra estrutura:
"All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?"
E ainda temos esse bloco, que serve como introdução, um segundo coro/refrão e a finalização (quando é somada extraordinariamente com a parte acima):
"Aah, look at all the lonely people
Aah, look at all the lonely people"
A soma desses blocos dá a forma total de uma música.
A junção de um bloco com outro, de uma seção da outra, tem que ser ligada de uma maneira que não desvirtue a música, de modo que não escutamos aquela seção como sendo outra música.
Uma boa música nos leva de seção em seção, sem que percebemos que foi feita uma junção forçada.
O compositor não pode abusar em colocar mais seções, nem deixar de criar seções quando necessária.
E isso chamamos que o compositor tem Senso de Forma. Mas isso é tema para um novo post.
Até lá!
Carlos Correia
PS.: comente aqui como você está nas percepções musicais para reconhecer os blocos sonoros.
Ainda poderíamos subdividir as duas estrofes acima:
- Eleanor Rigby
Picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream
- Waits at the window
Wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?"
- Father McKenzie
Writing the words of a sermon that no one will hearNo one comes near
- Look at him working
Darning his socks in the night when there's nobody there
What does he care?"
E depois subdividi-las ainda mais... Dependendo dos nossos objetivos.
Todas as partes acima tem a mesma estrutura, a mesma composição, independentemente da letra estar diferente.
Mas a parte abaixo já é outro bloco, outra estrutura:
"All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?"
E ainda temos esse bloco, que serve como introdução, um segundo coro/refrão e a finalização (quando é somada extraordinariamente com a parte acima):
"Aah, look at all the lonely people
Aah, look at all the lonely people"
A soma desses blocos dá a forma total de uma música.
A junção de um bloco com outro, de uma seção da outra, tem que ser ligada de uma maneira que não desvirtue a música, de modo que não escutamos aquela seção como sendo outra música.
Uma boa música nos leva de seção em seção, sem que percebemos que foi feita uma junção forçada.
O compositor não pode abusar em colocar mais seções, nem deixar de criar seções quando necessária.
Nem mais, nem menos. Mas no ponto certo!
E isso chamamos que o compositor tem Senso de Forma. Mas isso é tema para um novo post.
Até lá!
Carlos Correia
PS.: comente aqui como você está nas percepções musicais para reconhecer os blocos sonoros.
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